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JEEP WILLYS 42 REPAGINADO PARA O SÉCULO XXI

Deividi Nardi, de Passo Fundo, RS, é engenheiro mecânico e o responsável por esse super Jeep.
Nardi gosta do “42” e quis construir um 4x4 com aspecto similar, mas com conforto diferenciado.

 Na mecânica, o objetivo foi ter um conjunto misto, com suspensão macia, e estável, mas com longo curso (65 cm), resultando em um 4x4 para uso versátil. 
O projeto começou em 1998, quando Nardi comprou o chassis e eixos de um CJ5 1980.“Reforcei o chassis, adaptei a carroceria do Jeep 1942, eixos, caixa Clark da Ford F-1000, feixes de mola do Toyota Bandeirante e motor GM Opala 4.100 turbinado (300 cv)”, explicou.

Em 2000, o dono resolveu reformá-lo, trocando toda a lataria por peças novas de aço do modelo 42. 
Nardi construiu uma suspensão four-link com um sistema com cilindros hidráulicos de 80 cm de curso e acumuladores de nitrogênio. Como queria rodar no asfalto, fez uma nova reforma, trocando o motor e caixa, instalando um V6 e a caixa manual de 5 marchas originais da Ford Ranger, junto à reduzida Willys. Da Ranger foram usados o radiador, ventilador, saídas de escape, módulo eletrônico e filtro de ar.
A travessa dianteira do chassi deu lugar a uma nova para sustentar o grande radiador da Ranger. A peça foi colocada mais à frente e conjugada o chassi com um arco superior de sustentação da estrutura da torres das molas da suspensão, amortecedores e suporte para o radiador.
Em 2004, com ajuda do irmão Silvio Nardi, instalou bloqueios ARB, guincho elétrico, melhorou o interior com um console de marchas do Toyota Corolla e trocou o câmbio da Ranger pela transmissão automática C4 dos Galaxie Ford, muito usadq para tunning e off-road, com facilidade para configurá-la de acordo com pneu, motor e uso.
A relação do diferencial original 44x9 foi trocada por 43x8 (mais curta), resultando em um menor consumo e maior torque final, melhorando também o desempenho em trilha, e mantendo uma velocidade de viagem excelente. “A 110 km/h o motor opera em torno de 2.500 rpm”, disse Nardi.
O sistema de engate da tração e reduzida de duas alavancas foi convertido para uma alavanca. A transmissão foi o item mais trabalhoso. Adaptar uma caixa automática num 4x4 empurrando pneus 35”, com bloqueios 100% não é fácil, mesmo que seja uma caixa forte e grande. A solução foi acoplar à caixa C4 do Galaxie no motor V6 Ford, trocando componentes internos e tomando cuidados especiais na refrigeração e controle da temperatura, pois o uso severo exige muito.
Foi instalado um conversor de torque americano B&M para uso off-road. O módulo de controle de mudança das marchas foi trocado por um da Hughes Performance, que trabalha com uma maior faixa de pressão nos pacotes de marchas, diminuindo o aquecimento e aumentando a velocidade das trocas, assim como os discos, bandas e pistões do conjunto de acionamento de marchas, foram trocados por um kit da TCI Auto. Para adaptar a reduzida Willys foi importado um kit da Advance Adapters. A flange da “capa seca” de alumínio, que liga o motor ao câmbio foi feita artesanalmente, e construído um “Flex Plate” especial para conectar o conversor importado de 8” ao motor. Para auxiliar a refrigeração, a transmissão conta com um radiador de 10” B&M, com controle de temperatura. A vareta de nível de óleo foi aumentada na altura e tem um respiro para eliminar a entrada de água ou barro, da mesma forma que todos os respiros da transmissão.
O resultado foi um conjunto mecânico de motor e caixa confiável; com transmissão automática suave no asfalto e forte na trilha, podendo inclusive rebocar outros 4x4 por longos períodos sem aquecer.
“O Jeep está em uso severo há oito anos sem manutenção ou quebra”.
Será que ficou bom?






Ficha Técnica
Motor: Ford (Ranger) seis cilindros em “V” 4.0 gasolina
Alimentação: injeção eletrônica
Potência: 162 cavalos a 2.500 rpm (+ 25 cv com módulo de injeção eletrônica e sensor de vazão de ar Jet Performance/USA)
Arrefecimento: água
Transmissão: Câmbio C4 Ford Automático de 3 marchas
Tração: 4x2 traseira com opção de 4x4 e 4x4 reduzida através da caixa de transferência Willys, com acionamento pela alavanca no assoalho e roda-livre. Carretão central rolamentado. Eixo dianteiro e traseiro Dana 44, pontas de eixos Ensimec com homocinética Toyota Bandeirante na dianteira, bloqueio 100% pneumático ARB.
Relação de diferencial: 5,37
DIREÇÃO: Assistida hidráulica, caixa de direção Ford Ranger
SUSPENSÃO
DIANTEIRA E TRASEIRA: Four Link, eixo rígido, molas helicoidais Ford Belina 4x4, batentes MB 709, amortecedores da Toyota Hilux 1995 (Traseiro esquerdo da hilux pick-up, com 65cm de curso).
FREIOS
Dianteiro e Traseiro: Hidraulicos à disco, pinça Chevrolet Opala
RODAS: 15” com Beadlock
PNEUS: 35”, com desenho da 3K pneus
Dimensões (mm)
Altura com para-brisa rebatido: 1.250
Bitola: 1.350
Vão livre: 350
Passagem em água: 1.500 (com snorkel)
Peso: 1.200kg
Capacidade de carga: 500 kg
Velocidade máxima: 130km/h
Tanque de combustível: 45 litros
Consumo
Cidade: 3 km/l
Estrada: 5 km/l

Comentários

  1. Sem dúvida um trabalho muito bem feito! excelente escolha do cambio automático.

    Porém, peço licença para dizer que algumas coisas poderiam ser melhoradas, como a utilização de eixos da F75 no lugar dos eixos originais com alargadores de roda, esta mudança, além de melhorar a vida útil dos rolamentos do cubo dianteiro, exigem menos da ponta de eixo traseira.

    Aliás, usar as pontas traseiras originais, com alargadores, pneus grandes e um motor potente aumenta consideravelmente o risco de quebra da ponta, perda da roda e dos freios também... isso é muito perigoso, fique vivo!

    No eixo dianteiro, a adoção de um braço hi-steer no lado direito melhoraria o angulo de inclinação da barra de direção, tirando os terminais da "zona do fim de curso" em que estão. Ademais, o hi-steer eliminaria também o terminal duplo, que com pneus grandes e alargadores também oferece grandes chances de quebra.

    Do mais, trabalho impecável! Parabéns!!

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  2. Ola amigo,
    sou de bh e estou prestes a iniciar essa modificaçao em minha viatura,colocarei a mecanica completa da ranger v6 americana,vi que vc usou essa configuraçao.
    Foi tranquilo fazer a adapitaçao da reduzida willys na caixa manual 5 marchas da ranger?
    achou algum kit,ou teve que fabricar?
    eu estou partindo pela segunda opçao.
    se piuder me dar alguma dica ficarei grato.
    e a proposito,excelente trabalho realizado no seu jeep.
    Parabens.
    meu email é rageneroso@gmail.com

    ResponderExcluir

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